Celeiro   o caderno da D. Rosa
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Do Leblon para o mundo
por Tony Bellotto

Na definição do Aurélio, celeiro é a "casa onde se guardam cereais", e "depósito de provisões". Em arte diz-se que uma grande obra começa com um grande nome. O caso se aplica perfeitamente ao CELEIRO, esse simpático restaurante localizado na Dias Ferreira, 199, no Leblon.

Uma das coisas mais interessantes a seu respeito, aliás, é a quantidade de mulheres que lá trabalha. Desde as donas, até as garçonetes e cozinheiras, o que se vê ali é o grande poder da alma feminina em ação. Não há quem não se sinta, no CELEIRO, acolhido por um grande colo materno. Para um homem, é um pouco como estar dentro de um sonho. Os sorrisos e a simpatia das funcionárias, a beleza e o charme das donas, tudo ali é puro poder feminino. Isso explica o cosmopolitismo da casa, que sempre abriga turistas, estrangeiros, artistas, charmosos e descolados em geral.

Depois de uma ou duas taças de algum dos bons (e baratos ) vinhos do restaurante, é comum que um cliente sinta-se em pleno SoHo, de Nova York, ou nas cercanias do Hyde Park, em Londres e por que não, num cantinho qualquer de Saint Gérmain-des Prés, em Paris.

Há os que fazem da praia seu escritório. Gostaria que o meu fosse o CELEIRO. Na verdade, muitas vezes uso o restaurante como ponto para reuniões, discussões de projetos ou simplesmente bate papo com amigos. Sempre encontro ali amigos. Alguns voltando da praia, outros em horário de almoço entre dois turnos de trabalho puxado.

É talvez um dos únicos restaurantes em que se pode chegar vestido literalmente de qualquer jeito: trajes de praia, ternos Armani, roupas de malhação ou vestidos de grife.

Assim é o CELEIRO, que oferece, além desse glamour todo, uma das melhores cozinhas light de que se tem notícia.

O Rio, desde os anos setenta, sempre se caracterizou por excelentes restaurantes de comida natural, mas o Celeiro sofisticou o conceito da cozinha natural, criando seu próprio estilo de culinária, muito variado e inventivo. Os que pensam que ali só se come saladinhas e grãos, enganam-se. Há boas massas, carnes, vermelhas inclusive, sushis, cozidos e muito mais. Além dos tradicionais sucos de frutas, os apreciadores do álcool, como eu, podem encontrar cervejas e vinhos bem honestos. Tudo sem perder o toque pessoal que vem rendendo a sua cozinha – por mais de uma década – duas estrelas no Guia Quatro Rodas, o mais conceituado do país.

 


 

 







 

 

  Aliás, os críticos e gastrônomos são unânimes em reconhecer as qualidades dessa cozinha que se inspira na cozinha natural, mas vai muito além dela.

Culinária é como música, literatura ou qualquer outra arte: não importa o gênero e sim a qualidade. Simplificando, há os bons e os maus restaurantes. O CELEIRO é ótimo. Uma pérola que só o Rio de Janeiro (melhor dizendo, só o Leblon) pode oferecer ao mundo.